6/14/2006



NAS ASAS DE UMA GAIVOTA

Nas asas de uma gaivota
está a calma de um sol poente
estão vidas pintadas a pastel
está uma nostalgia quente

Nas asas de uma gaivota
está o cheiro vivo a maresia
estão as manhãs frescas de luz
está a azáfama crescente do dia

Nas asas de uma gaivota
estão Alfama e a Madragoa
está o pregão da varina
está o fado, está Lisboa

Nas asas de uma gaivota
estão intermináveis danças
está a liberdade urgente
estão sonhos, estão esperanças

Nas asas de uma gaivota
está o beijo, a ansiedade
a despedida apertada
está o olhar, está a saudade

MCB 06

(E uma asa voa a cada beijo teu - Pedro Abrunhosa)

5 Comments:

Blogger João said...

cheira a mar, a tua gaivota de liberdade

quinta jun. 15, 07:23:00 da manhã 2006  
Blogger Cleopatra said...

UAU!!!

Lisboa revisitada!
maravilha de manhã, tarde, quase noite em Lisboa!

Estive em Lisboa neste Flashe. ADORO A MINHA CIDADE....
Estão aqui qeuse todos os momentos que nela vivi e vivo..
Nota?
Não tenho.

a ESCALA É DE 0 A 20!

quinta jun. 15, 09:02:00 da manhã 2006  
Blogger Apache said...

Já li várias vezes este poema, mas não consigo comentá-lo e como não me apetece ficar por um simples, bonito...

Lisboa adormeceu, já se acenderam
Mil velas nos altares das colinas.
Guitarras, pouco a pouco, emudeceram,
Cerraram-se as janelas pequeninas.
Lisboa dorme um sono repousado,
Nos braços voluptuosos do seu Tejo,
Cobriu-a a colcha azul do céu estrelado
E a brisa veio, a medo, dar-lhe um beijo.

Lisboa andou de lado em lado,
Foi ver uma toirada, depois bailou, bebeu.
Lisboa ouviu cantar o fado,
Rompia a madrugada, quando ela adormeceu.

Lisboa não parou a noite inteira,
Boémia, estouvada, mas bairrista,
Foi à sardinha assada, lá na feira,
E à segunda sessão duma Revista.
Dali pró Bairro Alto enfim galgou,
No céu, a lua cheia refulgia,
Ouviu cantar a Amália e então sonhou
Que era a saudade, aquela voz que ouvia.

Lisboa andou de lado em lado,
Foi ver uma toirada, depois bailou, bebeu.
Lisboa ouviu cantar o fado,
Rompia a madrugada, quando ela adormeceu.

Fernando Santos – Lisboa à noite

O que é que isto tem que ver com? Não faço ideia!

Ó Cléo, agora também atira setinhas? Concorrência?!

sexta jun. 16, 01:00:00 da manhã 2006  
Blogger GTL said...

ANTES O VÔO da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada
A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.

Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!

Fernando Pessoa

Bjs, MDB

sexta jun. 16, 10:42:00 da manhã 2006  
Blogger Isabel José António said...

Não se trata dum plágio. Apenas "apanho" a expressão "Nas asas duma gaivota" e vou tentar construir algo com que possa agradecer a tua visita efectuada ao nosso "cantinho". Então vou tentar, já de seguida, e servir de pronto:

Nas asas duma gaivota a voar
Está a imagem da liberdade
Está o infinito a ultrapassar
A ténue linha da serenidade

Estão também todas as dimensões
Que compõem este nosso Mundo
Estão ondas, campos percepções
Está um olhar mais profundo

Está enfim a vida inteira
Estão galáxias, estão estrelas
Está um grânulo, uma poeira
E nós aqui a tentar vê-las

Está tudo interligado, a ferver
Nesta ebulição sempre eterna
Está a nossa capacidade de VER
A magia do amor, sempre terna

Um abraço

José António

sábado jun. 17, 06:56:00 da manhã 2006  

Enviar um comentário

<< Home