
VOAR DE TI
Eu vou voar de ti...
vou sacudir estas areias movediças ácidas e laminadas
vou arrancar-me desta lama seca de inércia asfixiante
sair deste poço sem fundo, queda livre de mãos amarradas...
Eu vou sair de ti...
não vou ser uma bola de ténis num jogo gasto e decadente
não vou fazer triplos mortais em redes incertas de traições
nem dançar mais ballet clássico numa corda bamba ardente...
E vou voar para longe...
vou migrar para horizontes de aguarelas vivas e distantes
rumo ao nascer de um sol num mar bem mais azul e mais alegre
a anos-luz dos teus labirintos escuros, sinuosos e constantes...
E vou levantar vôo bem firme...
deixar para trás a exaustão de umas cinzas feitas de aço
e com toda a energia reinventar o rumo da minha viagem
com toda a ousadia da fénix mais altiva e mais selvagem...
E vou deslizar bem alto...
a avançar com o meu próprio ritmo mais sentido e mais seguro
e sentir-me a ganhar uma força e uma velocidade efusiantes
e inebriar-me ao exalar o meu orgulho mais intenso e mais puro...
Estou a voar de ti...
MCB 07
11 Comments:
Ora cá está a influência da Lua Negra ou Lua Nova!
É assim mesmo!
"Estou a voar de ti..."
É ter asas, podem ser pequenas, podem ser frágeis. Asas são Asas.
Beijo de gata.
PS: Manda mail para lazy.cat@sapo.pt.
...quem sabe faz...não espera acontecer...
E assim voada
Assim tida
Assim eu livre
Reencontrei
Doce menina
Que sempre soube querer
Just adding, Morgana, like if the poem was a bit mine too ..
Mau… Porque é que o meu comentário voltou a voar daqui?...
Se o "ti" for uma gaivota, é mais "voar para ti"...
Este “voar de ti” soa a “soltar amarras”, ou “quebrar pontes” e lembrou-me isto…
Um dia quebrarei todas as pontes
Que ligam o meu ser, vivo e total,
À agitação do mundo do irreal,
E calma subirei até às fontes
Irei até às fontes onde mora
A plenitude, o límpido esplendor
Que me foi prometido em cada hora,
E na face incompleta do amor
Irei beber a luz e o amanhecer,
Irei beber a voz dessa promessa
Que às vezes como um voo me atravessa,
E nela cumprirei todo o meu ser.
Um poema lindíssimo da Sophia de Mello Breyner Anderson, que, com música de Luís Oliveira, deu um excelente fado, na voz da Mafalda Arnauth
E que abras essas elegantes asas e voes bem alto, desbravando novos céus e descobrindo novas praias de encantar, onde suavemente possas pousar...e ser feliz.
Deixo-te um beijo carinhosos, a ti que foste das primeiras pessoas a dar-me o prazer de visitar o meu quadro e...até um dia destes,pois também eu decidi encostar a porta e apagar as luzes.
Por onde andas?
Bem, espero que o teu voo seja seguro e te leve a um caminho cheio de luz.
Muitos mimos
Voltei, leio-te novamente.... promete que voas para um canto seguro!? Promete, vá!
Deixo-te muitos mimos
As ligaduras foram-se. Finalmente.
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