7/24/2008


PESADELO


Deito-me…
As minhas mãos vazias de ti
estão fechadas numa tempestade de sensações
Os dedos da noite acariciam-me meigamente
com um cinismo suave…embriagantes…

Fujo-lhes…
Viro-me…
Sinto-me a andar à roda
num carrossel negro em que me esqueço de mim
que me deixa cair num abismo intemporal,
e que numa apoteose infernal
me atinge com as vergastadas da tua ausência…

Quero gritar
Mas nenhum som se solta
Apenas intenções doídas que se esvaem...

Permaneço em ondas de uma angústia incolor
Num orgasmo de dôr…

Ritmado…
Vagas de um nirvana gelado…

Perco-me…
Como uma gota perdida de água num oceano de sede…
Sou o último espécimen de uma raça já extinta,
do teu sabor, faminta…

Adormeço exausta de ser…
E então…Sonho-te!
Encontro-te…
Vivo-te…

Dos meus olhos fechados emana um sorriso…
Enquanto me dissolvo em ti…

O pesadelo de não te ter
voltará só ao amanhecer…



MCB 08