Composição
Simply Red

Lês-me nos olhos o desejo...
Notas-me no corpo o tremer...

ouves-me no pensamento o que não sei dizer...
provas-me na pele o que te sei mostrar...
sentes-me no toque que me quero dar...

e roubas-me a intimidade de sentir...
e dás-me a intimidade de te amar...
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MCB 92

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Sinto...logo existo.
Nem penso!
Pensar distrai as sensações.
Só sinto
e gosto
e isso basta-me...

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- O que é?
Talvez seja um olhar cúmplice...

talvez um murmurar meigo...
talvez um aflorar de dedos na pele...
talvez um som suave no ar...

talvez um aroma doce e viciante...
talvez um toque na minha mão...

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Não me perguntem o que é...
é um gostar de estar...
e um gostar de sentir...

e de existir para sentir...
e de só existir em pleno
quando se sente assim...

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MCB 94

DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL!!!!

Com... muitas prendas no sapatinho
principalmente com muitas daquelas prendas que não têm embrulho, como ...

mais e bons amigos (ok, podem embrulhar-se mas dá muito trabalho)...
muito tempo para passar com as pessoas de que mais gostamos...
muita saúde...
amor, ternuras e carinhos...
muita alegria e gargalhadas bem dadas
e ataques de riso dos que fazem doer a barriga...
muitos bons e inesquecíveis momentos...
muita espontaneidade...
muitas coisas simples e pequeninas que contribuem para nos pôr bem dispostos...
muitos pôres-do-sol...
e cheiro a terra molhada...
e relva e árvores verdejantes... ou mornas de Outono...
e barulhos de pássaros livres...
e olhos soltos e brilhantes...
e mar...muito mar...
bons livros, bons filmes...
muita música que nos faça sentir o nosso ritmo...
muuuiiito tempo para nós próprios...
férias ultra-hiper-mega-espetaculares!!!
e sucesso profissional...


Boas Festas e um Excelente 2006!!!!

MCB, 22 Dezembro 05

Composição
MEL PURO

O espectáculo mais lindo do mundo é-nos oferecido diariamente...
Há quantos dias não assistimos a um pôr do sol?

À flôr de mim

(Escrito há 17 anos)

*

Tenho à flôr da pele

a sensibilidade...

*

tenho à flôr do amor

a sensualidade...

*

tenho à flôr do orgulho

a sinceridade...

*

tenho à flôr da força

a fragilidade...

*

tenho à flôr do medo

a curiosidade...

*

tenho à flôr da vida

a ingenuidade...

*

sou eu, à flôr de mim

da minha verdade

que está muito à flôr

da realidade...

*

*

MCB 88

Diz-me...espelho meu...

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Quando depois de um dia normal

olhas ao espelho e te apetece chorar,

não perguntes o que foi que te "fez mal",

nem fiques muito admirada a olhar!

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Não procures no mundo a explicação

e lê nas lágrimas que te descem no rosto

que és tu, o teu maior desgosto!!

És tu o motivo da tua depressão!!

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Tu e as tuas complicações,

tu e as tuas diarreias mentais...

os teus sonhos tolos, idealizações

e essa eterna mania de pensar demais...

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E é essa tua inércia, essa tua apatia

esse quase explodir de tanto querer ser

e de tanto querer mostrar, um dia,

mas não começar...adiar...e nada fazer...

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E é por te conformares com a estúpida rotina

e a falta de tempo que lhe é inerente...

e seres só mais alguém, uma cara...uma sina...

já pré-destinada a não ser diferente...

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E depois de veres mil futuros alucinada...

olhas de novo ao espelho...

e vês que não és NADA...

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(PS- E choras outra vez baba e ranho como um animal,

mas no fundo, no fundo, sabes que és especial)

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MCB 93

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PS 2- Outra crise de identificação com poder terapêutico, como se nota pelo PS

Composição

True Blue

Fuga

Não me sentes tu...
como a areia solta e fina
que te escorrega entre os dedos
e se deixa cair no chão
ou levar, livre... pelo vento?...

Ou não me sentirás...
como a névoa vespertina
que se dissipa com os medos
da noite na tua mão
sem mão no teu desalento?...


Diz-me...
Não me sentes tu assim?...

É como devias sentir-me neste momento...

MCB 93

Homenagem a Florbela Espanca

(aniversário do seu nascimento e morte)

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Florbela Espanca

Composição

Incêndios Celestes

E o sol deseperado incendiava o céu...
gritando ao mundo a promessa de voltar...

SÓ

Sinto-me só...

tão só como se fosse o último espécime

de uma raça em extinção...

tão só como se fosse uma gota de água
num oceano de sede...

e olho para a minha vida
e sinto que estou de passagem...

e olho para o mundo
e sinto que não lhe pertenço...

e olho para os meus olhos
e não consigo ver o fundo do meu ser...

MCB 90

PS- Escrito em 1990!!! durante uma crise de identificação, típica de adolescente

(neste caso, de adolescente retardatária, que por acaso, ainda sou por vezes...)

Ciúme



Não há maior tirano
que o orgulho...

não há gume mais fino
que o ciúme...

não há maior vazio
que o do amor...


Nem há palavra, nem há queixume...
que consiga exprimir a minha dôr...

MCB 92

Alguém-Primavera


Teus olhos
irradiam a relva de uma manhã de primavera...

os teus cabelos soltos
são bosques por desvendar...

a tua voz
sopra-me a música das brisas límpidas
e dos regatos cristalinos...

e levas-me nos teus braços mornos
para adormecer nos aromas da tua sombra...

mais devagar do que o tempo...

MCB 93