1/27/2006

POESIA À DESGARRADA 2

E porque o amor é um tema que tem sempre muito que dizer...deixo-vos aqui outro desafio:

Escrevam o que vos apetecer sobre o amor!!!


Imperfeito amor
"Amor perfeito" é apenas o nome de uma flôr...
existe apenas em vasos, em campos ou jardins...
pois se o amor fosse perfeito, não podia ser amor!
Seria matemática, física ou ciências afins...

Sem fórmulas nem regras, de exacto nada tem,
nem há raciocínio que justifique seu resultado...
é ser feliz e sofrer...é chorar e rir também...
sentimento absurdo, tão temido e tão anseado...

Mas se é amor é mesmo assim, cheio de contradições...
tira-nos a lógica, o bom senso... suga-nos a lucidez...
nas mãos dele, somos fantoches das nossas emoções...
consome-nos a energia e o orgulho com avidez...

Qual stress? Qual cansaço? Qual inquietação?
É o "amor imperfeito" que ataca em esplendor!!!
Mas é o motivo da vida, com toda a sua imperfeição...
e é o motivo de mim... este imperfeito amor...
MCB 92

1/23/2006















Confessionário
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Bem...resolvi inventar mais uma "modalidade bloguística": o confessionário!
Aqui não há é penitências...
A intenção é confessar o que nos der na real gana!
Eu vou começar a confessar-me...mas lá dentro do confessionário...

1/17/2006




Composição:
Paisagens







1/12/2006







Poesia à desgarrada...

Depois de tomar a liberdade de postar aqui, algo escrito pelo Apache num comentário, (sem esquecer de referir que ele me poderia tirar o escalpe virtual, caso não gostasse), surgiu um fenómeno engraçado: não fado, mas sim poesia à desgarrada!!!

Ora deixem-me lá organizar isto...prometendo desde já que a postagem será actualizada com as futuras continuações de poetas aventureiros!!!

Tudo começou com...




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Lês-me nos olhos o desejo...
Notas-me no corpo o tremer...
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ouves-me no pensamento o que não sei dizer...
provas-me na pele o que te sei mostrar...
sentes-me no toque que me quero dar...
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e roubas-me a intimidade de sentir...
e dás-me a intimidade de te amar....
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MCB 92
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E esfumas-te no relance de um olhar...
Perdes-te na lembrança de querer ficar...
Esqueço-te na tentativa e no esforço de te lembrar...
Perdes-me porque nunca soubeste ficar...
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Cleopatra
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Finjo que a tua partida não dói...
Tento em vão, o desespero esconder...
Recuso quebrar o silêncio que corrói...
A insana vontade de te ver...
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Jamais direi o que queres ouvir,
poderia fazê-lo mas não quero...
Na profunda inconfissão do sentir
quem sabe se és tu que ainda espero?...
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Do meu lado mais carente
ouvirias falar de saudade
envolta em melódica solidão...
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Mas o meu eu consciente
grita ao mundo a liberdade
que habita em meu coração...
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Apache 06
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Mas a tua partida já me fere...
Só agora te toco e te vou perder...
Não me deixes amor..
Não me abandones...
Mata-me esta sede de te ter...
Cleopatra
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Esta sede de te ter...
esta ansiedade de doer...
este fogo que me consome...
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nem o meu "eu" mais consciente
destrói este "estar dormente"
que é só sede de ti...e de amor, fome...
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darkmorgana(ou MCB)
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Mas depois… que alegria!
que realidade tão profunda!
este meu “eu” inconsciente...
compensa tão gostosamente…
querendo tanto assim…
desse sonho nunca mais acordar!
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Angel

1/07/2006




Os meus dedos escrevem mil poemas na tua pele...

que, de os saber ler

exala quentes fragâncias violeta...

e na linha calma dos teus lábios

desenha-se o mesmo sorriso dos teus olhos fechados

enquanto me decifras as rimas

e medes sílaba a sílaba as minhas carícias...

e enquanto a tua mão me responde

com sonetos nimbados de ternura...

E se eu escrevo

e risco

e rasgo

e me parecem repetidas as palavras...

nunca mo parecerão

as nossas poesias mudas...

MCB 92



Memória curta...
gostava de ter memória curta...
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e esquecer-me do que o meu corpo ainda lembra...
.
e apagar a saudade que o meu peito ainda sente...
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e rasgar aquelas cartas que nunca escreveste
mas que julguei ler em ti...
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e partir em cacos aquelas imagens que me assaltam
como fantasmas de cristal...
.
e então...
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poderia ouvir aquelas músicas que adoro
como se não fossem nossas...
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podia ler os poemas que escrevi
como se não fossem meus...
.
podia olhar-te confiante nos olhos
como se não fossem teus...
.
seria tão mais fácil
se tivesse memória curta...
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MCB 93