11/29/2006


O MELHOR ADORNO
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Não ambiciono riquezas fúteis
como dinheiro, fama e poder...
os bons momentos são bem mais úteis
para a minha maneira de ser...
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E tenho a impressão que são diferentes dos demais
as minhas noções de ter, de pertencer ou dar:
não me refiro a objectos, bens, coisas banais...
refiro-me a sentimentos, refiro-me a partilhar...
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Refiro-me a dar-me e receber-te num turbilhão de loucuras
a sentir-me possuída pela tua energia selvagem,
explodir sensações, trocar desejos, beber ternuras...
sair de mim com a exclusividade da nossa viagem...
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Refiro-me a não querer uma jóia, um colar, uma pulseira
como outras querem...nem mesmo um simples anel...
mas quero a tua lingua feiticeira
que já faz parte da minha pele...
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Nem quero alguma essência "X.P.T.O" perfumada
quero o teu cheiro que me deixa embriagada...
Nem quero modelos que mais ninguém possa usar...
prefiro estar vestida com o mel do teu olhar...
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Não dispenso o teu abraço meigo, forte e morno
E os luxos que me dás são os que quero ter...
E o teu corpo é o melhor adorno
que o meu corpo pode querer...
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MCB 95/06

11/25/2006

A VERDADE DO MEU "NÃO"





Enojam-me as vossas máscaras de barro todas iguais...
Repugnam-me esses apertos de mão breves, fugidios e moles...

Não suportos esses sorrisos forçados...sulcados à força...
Não aguento mais as vossas papagaiadas cínicas
e as vossas frases feitas para compromissos sociais...

Os vossos gestos artificiais dão-me vómitos!

E quando vos olhos nos olhos, não vejo nada
o timbre da vossa voz soa a falso
as vossas palavaras são ocas...

E tenho vontade de vos gritar a verdade do meu NÃO!
e dizer que para mim, não valem NADA!
Que nunca vou ser desse filme!

E sair a ameaçar que mordo e a derrubar cadeiras
a chocar os pudores da vossa alucinação privada,
como se fosse eu a louca...


MCB


PS- Estive esta semana num sítio que me fez ir buscar e completar algo que tinha escrito em 92. E achei mais uma vez que eu continuo igual a mim própria...

PS 2 - Não saí a rosnar nem a derrubar cadeiras, mas tenho a certeza que antes de sair e dizer "NÃO", choquei muitos pudores...

11/18/2006

O Dark Side of Morgana faz hoje 1 ano!

Vou republicar o 1º poema que postei neste blog, (que não teve nem umzinho comentário!!!)...

Sabe-me sempre bem fazer estas pausas e "perder-me" assim...



PERCO-ME

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Perco-me no vento ao anoitecer...

nas neblinas densas do horizonte...

em teias de raios finos por tecer...

no cume inventado de um monte...

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E esvaio-me no murmurar da fonte

e nas cores que começam a esmaecer...

vôo sem rumo e sopram-me na fronte,

devaneios suaves de entontecer...

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E o sol poente exala o meu grito

que em silêncio lanço ao infinito,

e responde-me o aroma azul do mar...

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E o crepúsculo embala-me o olhar

nesta magia, onde perder-me não evito

para mais tarde, melhor me reencontrar...

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MCB 92

11/11/2006


AS MINHAS PRESENÇAS
Há presenças
que me provocam ausências
e dou por mim alheia...adormecida

a divagar num vácuo de emoções…perdida…

Mas há ausências
que serão sempre presenças
com a intensidade de uma sede apetecida…

e chama...e garra...e força...e vida...

E não há tempo,
não há leis da física,
nem há distâncias,
que me afastem dessas presenças
mesmo ausentes…

Há apenas aparências

de momentos dormentes,
contra o grito e a urgência
dos sentimentos mais que evidentes…
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MCB 95/13

11/02/2006

O Eugénio de Andrade inspira-me sempre...
E a vocês?
Querem continuar?

E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.

Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas...
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Eugénio de Andrade
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E com o silêncio desaba a solidão
e com os olhos vidrados
na sombra da minha mão
e com os ombros curvados
sobre o vazio em que me sento,
oiço apenas este silêncio sem ti...

Mas esvai-se a música
esvai-se o alento
porque as minhas mãos nuas
não mais tocarão a música das tuas...
e sobre o vazio em que me sento
sinto a vida a esvair-se aqui...
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darkmorgana (MCB)
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E de repente
Não mais que de repente
A tua memória inunda-me
A música da tua voz
sussurra baixinho um murmúrio eterno, sem fim.
E sem mais que essa recordação
sento, choro e sorrio
porque te sinto
eternamente em mim.
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cleopatra
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"E de súbito desaba o silêncio."
Olho os teus olhos meu amor
mas os teus lábios estão mudos.
Toco as tuas mãos meu amor
Mas o teu corpo não responde
Quero os teus beijos meu amor
Mas o teu sorriso não se abre para mim
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Quero-te amor
quero-te tanto
tanto meu amor
que morro de silêncio
nesta mudez de mim.
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lusitana paixão