
Perco-me
Perco-me no vento ao anoitecer...
nas neblinas densas do horizonte...
em teias de raios finos por tecer...
no cume inventado de um monte...
e esvaio-me no murmurar da fonte
e nas cores que começam a esmaecer...
vôo sem rumo e sopram-me na fronte,
devaneios suaves de entontecer...
E o sol poente exala o meu grito
que em silêncio lanço ao infinito
e responde-me o aroma azul do mar...
e o crepúsculo embala-me o olhar
nesta magia, onde perder-me não evito
para mais tarde me encontrar...
MCB 92