POESIA Á DESGARRADA
Atrevam-se!
Continuem este poema lindo e sensualérrimo do Eugénio de Andrade que já encontrei em alguns blogs...(Cleópatra, Louco de Lisboa...)
(Não é preciso rimar!)
Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água ao amanhecer
sabe a cal molhada
sabe a luz mordida
sabe a brisa nua
ao sangue dos rios
sabe a rosa louca ao cair da noite
sabe a pedra amarga
sabe à minha boca.
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Eugénio de Andrade
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Sabe a sol de mel
sabe a nuvem morna
sabe ao sal quente
de um mar de cetim...
e o riacho de suor doce
que escorre de ti,
é um licor dormente
que já sabe a mim...
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darkmorgana
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É luar bem alto
Que foge do mar
É o sentir dos teus beijos
Que em mim fica a flutuar
És tu o sol, a brisa
Em mar que desliza…
Sente-se o ardor
Que o teu corpo transmite na noite gelada
Sente-se o teu desejo
Que em meus sonhos pedi com fervor
E eu sinto-me amada
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joana
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Respiro o teu corpo:
sabe a dor profunda
a doce lamento
sabe a querer mais
e não ter o Tempo
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Sabe amargo doce de tanto querer
E a frio inverno
de te não poder ter
Sabe a saudade funda
a manhã submersa
no fundo dos olhos...
na boca... na pressa...
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Sabe-me a ti e a mim
sabe-me só a nós
sabe a nada e a tudo
sabe à tua Voz.
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cleópatra
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(...) e assim, nesta confusão de sabores
fico sem saber, se sou eu ou tu (...)
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angel
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Sabe a mar revolto
Sabe a mar sereno
Sabe a brisa de Verão
carregada de maresia
Sabe ao suave Poente
Sabe ao alegre Nascente
Sabe a mel e sabe a fel
Sabe a cansaço
Sabe a energia
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Não sei ao que sabe
apenas sei que bem que sabe...
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dark side
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sabe a folhas acetinadas...
sabe a calor desgarrado...
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taxi driver
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Sabe à água da fonte...
sabe à luz do luar...
Sabe às flores do monte...
sabe às ondas do mar!
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Sabe ao sol de Inverno,
sabe à terra quente...
Sabe ao toque terno,
sabe ao desejo ardente!
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Sabe a tudo e sabe a nada,
sabe a sim e sabe a não...
Sabe a paixão alada,
a pecado e a perdão!
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Sabe a cais e a porto-de-abrigo,
sabe a ter e a mais querer...
Sabe ao que penso e ao que digo,
mais ao que eu não sei dizer!
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Respiro o teu corpo,
bebo o teu olhar...
Acendo o teu fogo
e conjugo o verbo amar!...
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apache
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Respiro o teu corpo:
Cheira a catinga, Deus me valha!
Cheira a coisa velha, de antanho
Ora toma lá uma toalha
e vai tomar um banho!
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Lambo o teu corpo:
Nem sei ao que me sabe...
Não páras de soltar ais!
Eu quero fazer poesia
E tu queres "mais", "mais"!!!
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xavier ieri
