11/29/2006
11/25/2006
Enojam-me as vossas máscaras de barro todas iguais...
Repugnam-me esses apertos de mão breves, fugidios e moles...
Não suportos esses sorrisos forçados...sulcados à força...
Não aguento mais as vossas papagaiadas cínicas
e as vossas frases feitas para compromissos sociais...
Os vossos gestos artificiais dão-me vómitos!
E quando vos olhos nos olhos, não vejo nada
o timbre da vossa voz soa a falso
as vossas palavaras são ocas...
E tenho vontade de vos gritar a verdade do meu NÃO!
e dizer que para mim, não valem NADA!
Que nunca vou ser desse filme!
E sair a ameaçar que mordo e a derrubar cadeiras
a chocar os pudores da vossa alucinação privada,
como se fosse eu a louca...
MCB
PS- Estive esta semana num sítio que me fez ir buscar e completar algo que tinha escrito em 92. E achei mais uma vez que eu continuo igual a mim própria...
PS 2 - Não saí a rosnar nem a derrubar cadeiras, mas tenho a certeza que antes de sair e dizer "NÃO", choquei muitos pudores...
11/18/2006
Vou republicar o 1º poema que postei neste blog, (que não teve nem umzinho comentário!!!)...
Sabe-me sempre bem fazer estas pausas e "perder-me" assim...
PERCO-ME
*
Perco-me no vento ao anoitecer...
nas neblinas densas do horizonte...
em teias de raios finos por tecer...
no cume inventado de um monte...
*
E esvaio-me no murmurar da fonte
e nas cores que começam a esmaecer...
vôo sem rumo e sopram-me na fronte,
devaneios suaves de entontecer...
*
E o sol poente exala o meu grito
que em silêncio lanço ao infinito,
e responde-me o aroma azul do mar...
*
E o crepúsculo embala-me o olhar
nesta magia, onde perder-me não evito
para mais tarde, melhor me reencontrar...
*
*
MCB 92
11/11/2006
que me provocam ausências
e dou por mim alheia...adormecida
a divagar num vácuo de emoções…perdida…
Mas há ausências
que serão sempre presenças
com a intensidade de uma sede apetecida…
e chama...e garra...e força...e vida...
E não há tempo,
não há leis da física,
nem há distâncias,
que me afastem dessas presenças
Há apenas aparências
de momentos dormentes,
contra o grito e a urgência
dos sentimentos mais que evidentes…
11/02/2006
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.
Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas...
.
.
Eugénio de Andrade
.
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E com o silêncio desaba a solidão
e com os olhos vidrados
na sombra da minha mão
e com os ombros curvados
sobre o vazio em que me sento,
oiço apenas este silêncio sem ti...
Mas esvai-se a música
esvai-se o alento
porque as minhas mãos nuas
não mais tocarão a música das tuas...
e sobre o vazio em que me sento
sinto a vida a esvair-se aqui...
.
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darkmorgana (MCB)